terça-feira, 6 de abril de 2010

História da VW Brasília

O Brasília foi um automóvel produzido de 1973 até 1982 pela Volkswagen do Brasil. Foi projetado para aliar a robustez do Volkswagen Fusca, um carro consagrado no mercado, com o conforto de um automóvel com maior espaço interno e desenho mais contemporâneo. Era uma carro pequeno, de linhas retas e grande área envidraçada. Esse nome é uma homenagem ao então moderníssima cidade do Distrito Federal, fundada 13 anos antes com o mesmo nome.
O design da Brasília foi concebido por Marcio Piancastelli com o objetivo inicial de projetar um carro confortável, pequeno por fora, espaçoso por dentro e que possuísse grandes janelas. Havia uma expectativa que a Brasília pudesse substituir o Fusca, de fato isso não aconteceu. O projeto da Brasília teve influências de carros como o Fusca e o Karmann-Ghia.
O Brasília também teve uma versão de 4 portas (na Europa conta-se a porta traseira, então "5 portas") que, em 1974, foi o primeiro "hatchback" genuíno nacional com essa configuração. Foi exportado para países como Filipinas, Nigéria e para a Europa (Portugal). Mesmo sendo produzido no Brasil, esse modelo só passou a ser comercializado no mercado brasileiro em 1978, onde foi utilizada principalmente como táxi, devido à rejeição dos brasileiros na época aos carros de 4 portas. O México foi o único país além do Brasil a fabricar o Brasília, mas somente na versão de duas portas.
O novo Volkswagen deveria ser prático e econômico para uso nos centros urbanos, oferecendo mais espaço e mantendo a consagrada robustez do Fusca. Após muitos quilômetros de testes, era apresentado ao público, em 1973, o Brasília. Esse foi um ano de grandes lançamentos da a indústria automobilística brasileira: juntos com ele chegaram o Chevette da GM, o Dodge 1800 da Chrysler e o Maverick da Ford.Até então, quando era descoberto nas estradas do País fazendo os últimos acertos (saiu até tiro, veja boxe), a imprensa tratava-o como "miniperua VW", "míni-Variant" e "anti-Chevette". Mas o Brasília tinha linhas mais modernas e retas que as da Variant e ampla área envidraçada, resultando numa ótima visibilidade em todas as direções. A rivalidade com a GM ficava evidente na declaração de um diretor de vendas da Volkswagen: "Ninguém sabe como nós trabalhamos para fazer coincidir seu lançamento com o do Chevette".
O Brasília foi um carro muito popular no mercado brasileiro. Apesar de sua base mecânica ser a mesma do Fusca, um carro anacrônico já naquela época, o projeto era muito elogiado por suas linhas elegantes e por sua qualidade de construção e durabilidade. O sucesso do Brasília inclusive inspirou a criação da versão "mais moderna" da Variant, a Variant II, em 1975. Apesar disso, a Volkswagen do Brasil sabia que não poderia continuar por muito tempo fiando-se na linha "à ar" para se manter no mercado. No mesmo ano, inspirada pelo sucesso das vendas do Golf na Europa, a Volkswagen chegou a cogitar instalar a mecânica do Passat no Brasília.[2] Se levado a cabo, o projeto geraria o primeiro carro diretamente derivado do Fusca a se tornar parte da nova linha "refrigerada à água" da marca. Entretanto, a Volkswagen do Brasil optou por "refazer" o Brasília em outro modelo influenciado pelo Golf, colocando o tradicional motor refrigerado a ar à frente: o Gol de primeira geração (família BX). Especula-se que os projetistas da Volkswagen inspiraram-se em parte no desenho do Brasília ao projetar o hatchback, no final da década de 70. Quando lançado, em 1980, o Gol não competia diretamente com o Brasília, uma vez que possuía um motor menos potente (o mesmo boxer, porém com 1300cc). Porém, ao lançar o Gol 1600cc em 1981, a Volkswagen decretou o fim do Brasília, uma vez que temia que o modelo antigo tirasse uma fatia do mercado do novo projeto. Mesmo muitos anos depois de ter sido descontinuado, é um carro comum nas ruas do Brasil, principalmente no interior e nas periferias das grandes cidades. Embora devido ao seu grande volume de produção o carro não tenha atingido o status de "clássico", um modelo bem conservado já atinge boa cotação no mercado de usados.


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